A estatística dimensiona a representatividade da Associação e atende à demanda para comunicação
As informações estatísticas são insumos fundamentais para o planejamento estratégico
Sindicatos, associações e seus membros devem tomar extrema cautela quando coletam e disseminam informações comercialmente sensíveis, como preços atuais e futuros, participações de mercado, custos, níveis de produção, planos de crescimento, política de descontos, entre outras (*)
As informações não devem permitir a identificação de dados de empresas individuais (*)
PreâmbuloO Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) e a ABCEM, contando com o apoio do INDA, da Associação Drywall e do ICZ, veicularam a edição 2020 (ano base 2019) das três pesquisas anuais realizadas pela empresa ℮8 inteligência junto aos fabricantes de estruturas metálicas, defensas metálicas e obras de energia (eólica, solar e torres de transmissão), assim como junto às fabricantes de telhas de aço e steel deck e fabricantes de perfis galvanizados destinados à produção de drywall e à construção em light steel frame (LSF).Segundo dados da Produção Industrial Anual – PIA Produto pelo IBGE, especificamente em relação às estruturas de aço (incluindo defensas, torres e pórticos), o setor cresceu 10,65% ao ano entre 2005 e 2013, e alcançou dois milhões de toneladas em 2014. Porém, de 2014 para 2018, o setor sofreu queda de 10,20% ao ano, atingindo 1,3 milhão de toneladas.Sob perspectiva semelhante, a ℮8 inteligência aponta, no estudo realizado com os fabricantes de estruturas em aço, que desde 2014 o setor vem sofrendo sucessivas quedas de produção. Quando comparada a de 2014 (pico) com a de 2018, observa-se uma redução de mais de 50%. Entretanto, em 2019, houve recuperação de 25,6%. Vale lembrar que as dinâmicas de mercado de cada segmento atendido por estruturas de aço têm comportamentos distintos. Em 2019, destacaram-se as obras de energia (eólica, solar e torres de transmissão) e para edificações industriais.Em relação aos setores de Telhas e Steel Deck, para a produção estimada em 434 mil toneladas e considerando a capacidade de 1,04 milhão de toneladas, o índice de ocupação de 42% se manteve praticamente igual a 2018, índice baixo em relação ao de anos anteriores, com faturamento de R$ 3,3 bilhões e contando com cerca de 13.400 colaboradores em 2019.Na edição deste ano, as empresas participantes de perfis para Light Steel Frame e para Drywall produziram juntas cerca de 62,6 mil toneladas, com faturamento de R$ 430 milhões e contaram com 2.286 colaboradores em 2019.As pesquisasOs três relatórios abrangem o perfil de fabricantes pesquisados (localização, nº de colaboradores, porte das empresas, faturamento bruto), produção e capacidade, características, certificação e competitividade, dificuldades e necessidades.Os dados divulgados demonstram novamente que os mercados estudados apresentam grande potencial de crescimento e que enfrentam retração muito por conta da situação político-econômica do Brasil. A carga tributária foi um dos gargalos mais mencionados pelas empresas pesquisadas para o incremento do uso de estruturas em aço no Brasil. Na comparação com sistemas moldados in loco, a estrutura metálica recebe maior incidência de tributação de ICMS.Os resultados obtidos na pesquisa ℮8 visam contribuir para o dimensionamento do desenvolvimento e identificação das ações necessárias para o fortalecimento do setor da construção industrializada em aço.As pesquisas realizadas em anos anteriores permanecem à disposição dos interessados, mas deve ser ressaltado que houve aperfeiçoamentos e ampliação do número de empresas consultadas.Além dos resultados das pesquisas, estão disponibilizadas as listagens das empresas que autorizaram a divulgação de seus nomes e CNPJ.
Destaques nas Pesquisas 2020 (ano base 2019)
1 – Cenário dos Fabricantes de Estruturas de Aço
(incluindo torres de transmissão, solares, eólicas)
Participantes: a amostra foi constituída por 336 empresas.
Localização: segundo a localização das matrizes das empresas, todas as regiões do país possuem fabricantes de estruturas. A região Sudeste concentra 59% do total e a região Sul, 25%.
Em termos de produção, a região SE representa 49,3% do total, 31,7% no S, 13,4% no NE, 4,6% no CO, e 1,0% na região N do país.
Faturamento Bruto Anual: estimado de 7,08 bilhões de reais. Adotando-se a classificação BNDES, 2% de grande porte, 51% de médio porte, 46% das empresas são de micro e pequeno porte.
Utilização da Capacidade: para a produção estimada em 822,5 mil toneladas e considerando a capacidade de 2,0 milhões de toneladas, o índice de ocupação de 41% foi superior aos 33% observados em 2018.
Porte por quantidade de colaboradores: com 30,4 mil colaboradores e considerando o critério SEBRAE, 69% das empresas são de micro e pequeno porte, 26% são de médio porte, 5% são de grande porte.
Destinação do Volume de Estruturas Produzidas: ▪ Energia (torres de transmissão, eólica, solar) - 46%; ▪ Edificações industriais inclusive centros de distribuição – 31%; ▪ Comerciais (escolas, hotéis, escritórios, shoppings) – 10%; ▪ Infraestrutura (pontes e passarelas, portos e aeroportos) – 6%; ▪ Mineração, P&G, álcool e açúcar – 6%; ▪ Residencial – 1%.
Dificuldades Internas: a falta de capital de giro é o principal fator citado que dificulta o crescimento das empresas. A dificuldade de aprovação de crédito, que pode estar relacionada ao capital de giro, também é um fator de destaque. Além de itens referentes à qualificação do time e melhorias do processo interno e capacitação, deficiência no marketing também foram citados como pontos relevantes a serem melhorados internamente.
Dificuldades Externas: quase 30% das empresas têm insegurança no mercado, considerando a crise financeira o principal fator externo que dificulta seu crescimento. Custos tributários e custo da matéria-prima também são considerados como fatores que impactam na competitividade da empresa, sobretudo se comparado a outros sistemas construtivos.
Ações de Fortalecimento: ações para melhorar a taxação de tributos, considerado um dos pontos críticos para o crescimento do mercado, foi destacado por mais de 25% das empresas como o principal fator a ser trabalhado para o aumento da competitividade. Para o fortalecimento do setor, as principais ações desejadas são relacionadas à divulgação do sistema para todos os atores da cadeia produtiva, como projetistas, órgãos públicos e construtoras.
Primeiro ano da pesquisa foi 2012, com ano base 2011.
2 – Cenário dos Fabricantes de Telhas de Aço e Steel Deck
Participantes: a amostra foi constituída por 118 empresas.
Atividades: 102 empresas produzem somente telha de aço, 3 empresas produzem somente steel deck e 13 fabricam telhas e steel deck. Telhas trapezoidais e onduladas representam 64% da produção, as telhas termoacústicas 26%, painéis 5%, telhas zipadas 2%, outras 3%.
Localização: segundo a localização das matrizes das empresas, as regiões SE/S concentram 76% do total de fabricantes de telhas e de steel deck, 12% nas regiões N/NE, 12% no CO.
Em termos de produção, a região SE representa 49% do total, 20% no CO, 25% no S, 6% no NE e 2% no N.
Faturamento Bruto Anual: estimado em 3,3 bilhões de reais. Adotando-se a classificação BNDES, 27% são de micro e pequeno porte, 71% de médio porte, 2% de grande porte.
Utilização da Capacidade: para a produção de 433,9 mil toneladas de telhas de aço e steel deck e considerando a capacidade produtiva de 1,04 milhão de toneladas, o índice de ocupação de 42% se manteve praticamente igual a 2018, índice baixo em relação ao de anos anteriores.
Porte por Quantidade de Colaboradores: com 13,4 mil colaboradores e considerando o critério SEBRAE, 10% das empresas são de microempresas, 48% são de pequeno porte, 36% são de médio porte, 6% são de grande porte.
Compras: as bobinas com revestimento em galvalume se destacam e representam 67% compras em 2019, seguidas por bobinas pré-pintadas (25%) e bobinas zincadas (8%).
Qualidade: como diferencial da qualidade, 56% dos fabricantes concentram os esforços na qualidade da matéria-prima, 16% focam a fabricação adequada, 12% no atendimento às normas, 9% oferecem garantia pós-venda. Quase metade dos fabricantes pesquisados possuem algum tipo de certificação.
Destinação: as telhas se destinam 56% a obras industriais e 25% a obras comerciais, devido à rapidez na execução e às necessidades de vãos maiores. O steel deck é mais competitivo em obras comerciais. As telhas, por sua vez, são vendidas com maior facilidade em obras industriais. Em obras de residências e de infraestrutura esses produtos, na maior parte das vezes, têm baixa utilização.
Dificuldades Internas: falta de capital de giro é a maior dificuldade interna dos fabricantes, sendo citado por 25% dos fabricantes. A dificuldade de aprovação de crédito, que pode estar relacionada ao capital de giro, também foi destaque. Além de itens referentes a melhorias do processo interno e capacitação, deficiência no marketing também foram citados como pontos relevantes a serem melhorados internamente.
Dificuldades Externas: a concorrência com produtos ofertados de qualidade inferior continua sendo o principal gargalo neste setor, sendo apontado como um item dificultador de crescimento para 30% dos fabricantes. Custos tributários, tanto da matéria-prima como do próprio produto final também são itens que impactam na competitividade deste segmento.
Ações de Fortalecimento: para o fortalecimento do setor, as principais ações são relacionadas à divulgação do sistema, principalmente, para destacar a importância de se empregar um produto que atenda a requisitos de qualidade. Nesse sentido, tanto profissionais técnicos como o público em geral devem ser atingidos. Ações para melhorar a taxação de tributos, considerado um dos pontos críticos para o conhecimento do mercado, foi destacado como o principal fator a ser trabalhado para aumento da competitividade.
Primeiro ano da pesquisa foi 2013, com ano base 2012.
3 – Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados para Drywall e Light Steel Frame (LSF)
Participantes: a amostra foi constituída por 31 empresas.
Localização: segundo a localização das matrizes das empresas, 58% estão na região sudeste, 26% na região sul, 10% na região centro-oeste e 6% na região nordeste. Vale lembrar que os perfis produzidos podem ser entregues e consumidos em outra região.
Atividades: fabricantes de LSF => 1 somente fabrica; 6 fabricam e montam; Fabricantes de LSF e Drywall => 17 somente fabricam; 01 fabrica e monta; Fabricantes Drywall => 6 somente fabricam.
Faturamento Bruto Anual: estimado em 430 milhões de reais, 40% de grande porte (>R$10 milhões); 27% de médio porte (>R$5 a R$10 milhões); 26% são de pequeno porte (>R$1,5 a R$5 milhões); 7% são microempresas (até R$1,5 milhão).
Utilização da Capacidade: para a produção de 48 mil t de perfis drywall e 14,6 mil t de perfis LSF e considerando a capacidade produtiva de 135,7 mil t de drywall e 60,5 mil t de LSF, o índice de ocupação é de cerca de 30% devido ao não atingimento das expectativas de mercado.
Porte por Quantidade de Colaboradores: o processo de fabricação envolveu 2.286 colaboradores, 38% em empresas com menos do que 20 colaboradores, 21% em empresas de 21 a 40 colaboradores, 41% em empresas com mais de 40 colaboradores.
Destinação: 43% da produção de LSF foram destinados a uso residencial, onde tem tido melhor aceitação, e 34% ao comercial. Há empreendimentos em que este sistema construtivo é empregado somente nas fachadas. Para esta aplicação, observa-se uma tendência de crescimento. Em 2018 o sistema de fachadas em LSF correspondiam a 1% da produção e em 2019 passou a representar quase 6,5%.
Dificuldades Internas: falta de capital de giro é a maior dificuldade interna dos fabricantes, sendo citado por 25% das empresas pesquisadas. Outros itens destacados pelas empresas são “melhorar os processos internos” e “dificuldade de gestão”.
Dificuldades Externas: a falta de conhecimento sobre o sistema de construção a seco e a baixa cultura de uso são os principais fatores que dificultam o crescimento do mercado, na visão dos fabricantes entrevistados. A concorrência com material importado e/ou não qualificado e a falta de mão de obra preparada também foram itens relevantes que impactam negativamente na competitividade dos sistemas de construção a seco.
Ações de Fortalecimento: para o fortalecimento do setor, as principais ações são voltadas para a divulgação do sistema de construção a seco aos diversos atores da cadeia produtiva e também para o usuário da edificação. Ações para qualificação da mão de obra, principalmente de montagem, também foram consideradas importantes para gerar maior tranquilidade ao contratante.
Primeiro ano da pesquisa foi 2014, com ano base 2013.