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ABCEM presente no Congresso Aço Brasil 2022 Imprensa Instituto Aço Brasil, 11/09/2022

O vice-presidente de Estruturas Metálicas, Marino Garofani, o diretor executivo, Ulysses Nunes e a consultora da ABCEM, Catia Mac Cord, participaram do 32º Congresso Aço Brasil, que ocorreu em São Paulo, de 23 a 24 de agosto, compreendendo cinco painéis e uma conferência sobre o cenário político, reunindo presencialmente 518 participantes e 40 jornalistas assim como 229 adesões on-line.

Marcos Faraco, Presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e Vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai, passou a presidência do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil para Jefferson De Paula, Presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM. Sérgio Leite de Andrade, Presidente do Board Usiminas, assumiu o cargo de Vice-Presidente do Conselho Diretor. (mandato 2022 – 2024)

O evento contou com a presença do Presidente Jair Bolsonaro e reuniu os principais stakeholders da indústria do aço, entre ministros, membros do Governo, dirigentes do setor e diversos especialistas, para debater as perspectivas e a importância do setor para a economia brasileira.

O Presidente Jair Bolsonaro afirmou que “Um dos grandes indicadores do desenvolvimento de uma nação é o consumo de aço do país, então, o trabalho exercido pelo Instituto Aço Brasil é de fundamental importância” e discorreu sobre importantes medidas tomadas em seu governo, em intenso diálogo com o setor. Por considerar oportuno, ele convocou o presidente do Inmetro, Marcos Guerson, a expor sobre o Modelo Regulatório que foi publicado em março/2022 segundo os princípios da Lei de Liberdade Econômica, como instrumento imprescindível ao fortalecimento da atividade regulatória do Instituto.

Já Marcos Faraco ressaltou a previsão de investimentos R$ 52,5 bilhões de 2022 a 2026 em modernização e aumento de produtividade, após o enfrentamento dos desafios que se apresentaram nos últimos dois anos - a pandemia, que reduziu em mais de 70% a demanda por produtos provenientes da indústria do aço e, posteriormente, o reflexo negativo das restrições de circulação na China e a guerra Rússia x Ucrânia, com impactos sentidos em todas as economias do planeta. Faraco anunciou agenda estratégica do Instituto Aço Brasil contendo propostas de medidas estruturantes voltadas para o crescimento do país.

O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também participou da abertura e explicou como o Governo tem incentivado o caminho para a nova economia verde, com menos emissões de poluentes até 2050. “Entre os nossos propósitos está a triplicação da geração de energia solar e eólica para produção de energia cada vez mais limpa.”

foto: Imprensa Aço Brasil

No Painel 1 sobre o impacto global da nova ordem econômica mundial, coordenado por André Johannpeter, foi contextualizada a realidade da indústria do aço. Há migração do mundo antes globalizado para a regionalização, onde muitas indústrias precisam lidar com o custo da produtividade sendo preciso estar atento às limitações, como seguranças alimentar, energética e tecnológica. O grande desafio é a redução do custo Brasil. Edwin Basson, Diretor Geral do World Steel Association, citou a mudança da filosofia de globalização para regionalização, sendo o aço o responsável pelo elo entre as economias de todo o mundo como impulsionador do desenvolvimento. Stephen Dover, do Franklin Templeton Investment Institute, pontuou que desafios demográficos se somam a questões macroeconômicas para os próximos dez anos quanto às políticas voltadas aos idosos ou filho único, a onda tecnológica e como é usada para aumentar a produtividade. No caso do Brasil, muito tem sido feito, no sentido de aumento de eficiência, e é isso que muitos países precisam fazer. Representando a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite colocou que a competitividade dos nossos produtos tem melhorado significativamente nos últimos anos. Entretanto apenas a classe mais alta tem acesso a veículos novos. A população mantém o uso de veículos com mais de 10 anos de uso, o que significa problema grave em termos de emissão de carbono. Ele destacou que o Brasil está diante da oportunidade da reindustrialização haja vista os obstáculos que se apresentam, como a fabricação de semicondutores e de transmissão automática.

O Painel 2 foi relativo a mudanças climáticas, sob coordenação da jornalista Juliana Rosa. Ela lembrou os desafios que se apresentam a partir das metas do Acordo de Paris de redução das emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, a deputada Carla Zambelli comentou sobre a importância do mercado de crédito de carbono para o Brasil. Projeto de lei vem sendo discutido junto à indústria, ONGs, mercado financeiro e diversos consultores para o desenvolvimento do texto que não pode ter viés político. Segundo ela, a chave para que a proposta seja bem-sucedida é evitar a super regulamentação e a super tributação em cima dos diversos setores da indústria. Em outra frente, ela lembrou a 2ª fase da Operação Guardiões do Bioma envolvendo diversos órgãos governamentais dividida em dois eixos: Operação Guardiões do Bioma – Combate a queimadas e incêndios florestais e Operação Guardiões do Bioma – Combate ao desmatamento ilegal. Já o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, trouxe para a discussão fatores decisivos para o futuro. Destacou que o país possui 21 gigawatts de energia eólica, mas o objetivo é alcançar 60 gigawatts, assim como a energia solar tem uma projeção de saltar de 14 para 60 gigawatts. Para Leite, o mais importante tem sido definir um ambientalismo racional, unindo ao setor privado os ministérios do Meio Ambiente, da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações. Lembrou que a neutralidade climática não significa estagnar a indústria, mas sim trabalhar em prol do mercado regulatório, transparente e que não seja obrigatório. Marcelo Chara, presidente executivo da Ternium, aproveitou o gancho para ressaltar como o Código Florestal Brasileiro é severo e que a indústria do aço é parte da solução do processo de descarbonização. No Brasil, um exemplo de iniciativa para tornar a indústria mais eficiente, seria a duplicação do uso de sucata e maior disponibilização de gás natural. O aço importado contém CO2 enquanto a sucata exportada contém O2. Em sua apresentação, o representante da McKinsey destacou a demanda por capital e energia e que globalmente, o cenário provável é que a transição da indústria siderúrgica para net zero ocorra em 2050-2070 mas, em termos comparativos, o Brasil está em situação mais favorável. Diante desse cenário, painelistas convergiram no entendimento de que o país tem grande potencial de promover transformação tecnológica que acelere a superação de desafios ambientais.

Moderador no Painel 3 sobre o papel estratégico da indústria do aço no desenvolvimento econômico, Marcos Faraco ressaltou que há grande desafio para destravar o consumo de aço per capita no Brasil, que se mantém em 100 kg/habitante, inferior, por exemplo, ao do Chile e do México. Já o Almirante Flávio Rocha reforçou que o governo trabalha em plano estratégico para o país. A política nacional de longo prazo será encaminhada ao Congresso composta de 69 objetivos. A agenda nacional estratégica 2050 deverá ser publicada em breve por decreto. O aço está presente em metade dos objetivos dessa agenda, assim como também das diretrizes nacionais estratégicas. Ele elencou diversas leis e marcos legais aprovados que oferecem perspectivas para que o investidor acredite no Brasil. Daniella Marques, presidente da CAIXA confirmou a intenção de se transformar o Brasil em polo de semicondutores. A CAIXA hoje tem 53 projetos na carteira, que juntos contratam R$ 19 bilhões de investimento. A intenção é que esse número se transforme em 400 projetos, 28 mil empreendimentos e R$ 195 bilhões em investimento, sendo de R$ 17 a 20 bilhões em demanda de aço. Alexandre Ywata, secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, reafirmou a importância da indústria do aço para o crescimento do país, em especial quando se contempla os projetos em estudo em todos os setores econômicos. “Hoje temos R$ 370 bilhões de investimentos em projetos em estado avançado de estudo. Temos dever de casa grande pela frente. Entendemos que o papel do aço é fundamental como motor de toda essa produção”. Para complementar, o ex-senador Armando Monteiro lamentou a perda de impulso do crescimento da economia brasileira, principalmente da indústria, desde a década de 80, mas vê caminhos para uma reconquista de espaço. “Há um quadro de estagnação da produtividade. A agenda vai além de ciclos políticos e há papel importantíssimo a ser assumido pela liderança empresarial e metas que a sociedade precisa ter claro: redução do custo Brasil, ampliação dos investimentos em infraestrutura, redução de despesas discricionárias para o setor público poder investir. A agenda microeconômica avançou mas a reforma tributária não”, concluiu.

O cenário político nas eleições 2022 foi tema da conferência que deu início ao segundo dia do Congresso Aço Brasil 2022. Ministrada pelo cientista político Murilo de Aragão, a palestra contemplou os desafios institucionais, a polarização, a imprevisibilidade do resultado das urnas e as expectativas para cenário de governo a partir dos dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. O cientista político afirma que, atualmente, o poder do presidente encontra-se mais diluído do que o que se verificava uma década atrás, nas figuras dos presidentes da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Banco Central, além do Ministro da Economia. “Temos um passado que vem, institucionalmente, repleto de eventos que não foram comuns, dentro da trajetória política brasileira. Tivemos reformas extraordinárias instauradas desde 2016, que mudaram o protagonismo do presidente para um modelo mais próximo do semipresidencialismo. Esse cenário traz uma possibilidade: baixa probabilidade de terceira via, polarização ativista e decisão em segundo turno”, avaliou. Para Aragão, “As grandes realizações no governo estão soterradas pelo ambiente desagradável da polarização. Mas a imagem positiva passada por nossos representantes no exterior assegurou que instituições privadas sérias mantivessem o interesse em investir no Brasil. Investidores identificam grandes oportunidade no país à medida que as instituições públicas e privadas são muito boas. O país está diferente e precisa manter sua agenda de reformas. Entidades como o Aço Brasil têm importância na defesa de seus interesses, têm de manter mobilização contra o que ninguém as defenderá”, Aragão destacou.

Frederico Ayres, diretor presidente da Aperam, moderou o Painel 4 sobre impacto dos fatores ESG no valor de mercado das empresas e destacou que “As mudanças observadas na sociedade nos últimos anos têm impactado cada vez mais o mundo empresarial, o que consequentemente também influencia o setor do aço a gerir mudanças em seus meios organizacionais”, esclarecendo ainda que essa pauta não deve ser uma escolha baseada apenas no viés financeiro, mas também nas necessidades sustentáveis do planeta. O investimento social privado é outra pauta do espectro ESG que se mostra cada vez mais imprescindível para o DNA das empresas. Diante desse cenário, Rafaella Dortas afirmou que o BTG Pactual além da assessoria financeira quer ser assessor de ESG, colaborando com os clientes e incentivando boas práticas. A governança estrutura e dá estabilidade, e estará fortalecida se seus relatórios forem auditados por terceira parte. No setor do aço, os fatores ESG estão atrelados à tecnologia e à inovação para o cumprimento de seus compromissos com net zero.  Já Karla Ohler-Martins pontuou que, atualmente, profissionais que possuem seu currículo baseado em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, do acrônimo em inglês) têm sido os mais requisitados em todo o mundo. Traçando um paralelo com o setor do aço, pontuou ainda que o ESG pode ser um aliado da indústria siderúrgica nos objetivos ligados à descarbonização. Para Carlos Braga, professor de Finanças & ESG da Fundação Dom Cabral, a mudança geracional vai impulsionar o ESG. “Os jovens de 20 a 30 anos não serão apenas os futuros investidores e diretores do setor, mas também os consumidores de produtos, matérias-primas e insumos, como o aço”, finalizou acrescentando ainda que é possível aliar os fatores de ESG a uma boa rentabilidade empresarial, especialmente quando se entende que boa parte do valor de uma organização diz respeito a sua imagem e reputação.

Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Aço Brasil, coordenou o Painel 5 sobre a visão dos CEOs em relação ao futuro da indústria brasileira do aço. Ele expôs sobre a performance do setor e enfatizou sua capacitação para atender qualquer demanda, seja em qualidade ou quantidade. Diante do ritmo das vendas internas mensais, colocou o entendimento de que 2022 será um bom ano para o aço brasileiro. Daí perguntou sobre as expectativas dos CEOs.
Para Jefferson De Paula, apesar das incertezas levantadas pelo custo de energia, por exemplo, o Brasil tem se destacado em relação a outros países. “Esse ano, nós temos previsto que talvez haja redução do consumo com relação ao ano passado, mas isso se dá pelo fato de 2021 ter sido extraordinário. Mesmo diante deste contexto, nós acreditamos que vamos ter, sim, um ano muito bom”, disse.
Em seu posicionamento, Gustavo Werneck destacou a importância de abrir a discussão para propostas que contemplem o “longo prazo”. “Enfrentamos períodos, na última década, muito atreladas às demandas de curto prazo, mas acredito que essa fase já passou e nós temos a oportunidade de começar a discutir ideias para os próximos dez anos. Afirmou que “A Gerdau tem projeção muito positiva para 2022 e para os próximos anos. O varejo depende do endividamento das famílias. Para aços especiais, visualiza o setor da agroindústria pujante e os resultados do programa de renovação de frota.”
Sergio Leite avaliou a possível redução do consumo do aço em função da metodologia de cálculo. “2022 será um dos melhores três ou quatro anos dos últimos dez anos. “Resultado bastante significativo que traz para a economia brasileira perspectiva positiva. Nós temos que atuar no sentido de abastecer nosso país com produtos competitivos e aumentar nossas exportações, no momento em que o país vai avançando em suas reformas”, destacou.
Por fim, Marcelo Botelho, Presidente da CSP, afirmou que tem esperança no Brasil e percebe que indústria do aço está no caminho certo. Oferece ampla gama de produtos com qualidade e 2022 será o melhor para a empresa.

Marco Polo comparou a evolução das vendas internas com os eventos macroeconômicos, com a Selic e com o PIB. Demonstrou a correlação entre PIB e consumo de aço. Segundo o comparativo de 1980 a 2021, ele apontou que o consumo per capita no Brasil passou de 100,6 a 122,3 kg/habitante. Já a China, no mesmo período, teve um crescimento de 32 para 666,5 kg/habitante. “O baixo consumo per capita estaria relacionado à falta de demanda muitas vezes associado erroneamente à falta de oferta. Como dobrar o consumo per capita?”, questionou.

Em seus posicionamentos, os participantes do painel destacaram a importância de se dar continuidade às medidas para incentivar a ampliação dos investimentos públicos e privados, implementar o programa de renovação de frota assim como buscar incrementar o uso das estruturas metálicas. Infraestrutura, construção civil, automotivo, agroindústria são setores com grande potencial de crescimento.

Em seguida, Marco Polo lembrou o diagnóstico veiculado em novembro/2019 demonstrando o chamado custo Brasil – conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos e pioram o ambiente de negócios. Foi identificado custo anual R$ 1,5 trilhão, 22% do PIB nacional. No âmbito do Ministério de Economia, desde então, há programa de melhoria contínua da competitividade contemplando mudanças legais ou infra legais necessárias. “A FGV foi contratada para acompanhar as mudanças”, informou Marco Polo para em seguida questionar “Que fatores reduzem a competitividade do setor?”

Os participantes do painel enfatizaram a urgência das soluções necessárias para resolução dos problemas identificados pois travam a abertura comercial e deixam o Estado pesado, custeado por brasileiros. Entretanto, já há indicativos de que medidas estão sendo tomadas e a FGV deverá identificar os resultados. Jorge Gerdau apelou aos diversos setores empresariais que se mobilizem para a redução do custo Brasil objetivando alavancar a competitividade dos produtos nacionais, acrescentando que a guerra é política e o país não conhece esse custo.

Marco Polo, em seguida, contextualizou a situação do mercado internacional no ambiente da guerra Rússia e Ucrânia, o excedente de capacidade mundial de 518 milhões de toneladas de aço e os processos de defesa comercial. Daí, colocou a questão “Existe risco de desvio de comércio para o Brasil?”

Os CEOs consideraram que o risco existe e que as medidas de proteção no Brasil são fracas. Foi lembrado que as usinas são competitivas intramuros mas exportam com resíduo tributário de 6,5% não compensado, além de haver ativos parados que poderiam estar gerando empregos.
Em relação à sustentabilidade e mudanças climáticas, Marco Polo destacou a performance do setor produtor de aço e questionou como seria possível cumprir a meta de descarbonização até 2050.
Os participantes foram unânimes ao colocar a necessidade de elevados investimentos em novas tecnologias disruptivas que foram abordadas no Congresso e que demandam maior disponibilidade de gás natural a preços competitivos e esforços nos fatores ESG.
Concluindo, Marco Polo destacou a prioridade e capacitação do setor para atendimento ao mercado interno, a necessidade do fim da cumulatividade de impostos e o fortalecimento das cadeias produtivas para o crescimento econômico e aumento do consumo per capita, a importância de melhoria sistêmica para a reindustrialização, a atenção ao excesso de capacidade mundial de aço, a pauta disruptiva da descarbonização que norteará o setor nos próximos anos.
Após o último painel, o novo presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, conduziu o encerramento do Congresso Aço Brasil 2022, enfatizando a satisfação com o conteúdo do evento e lembrando que o mundo está desafiador, mas crises trazem a reinvenção no longo prazo.
Enfatizou “ser grande honra ocupar a presidência do conselho” e enalteceu o trabalho realizado pelo antecessor, Marcos Faraco.

Fonte e foto: Imprensa Instituto Aço Brasil

 


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