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Fiesp realiza evento em comemoração ao Dia da Indústria 04/06/2023

O presidente da ABCEM, Horácio Alberto Steinmann, e o diretor executivo da entidade, Ulysses Barbosa Nunes, participaram de encontro em comemoração ao Dia da Indústria, em 25 de maio. Realizado pela Fiesp (Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Ciesp, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o evento, debateu os caminhos para a reindustrialização do país. A tônica da abertura foi a importância de ter uma indústria forte e pujante para o Brasil se tornar um país desenvolvido.

Da direita para a esquerda: Ulysses Barbona Nunes, diretor executivo da ABCEM, Horácio Alberto Steinmann, presidente da ABCEM, e Rodrigo Campos, da Alphafer Construções Metálicas.

Em sua fala inicial, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, fez uma conexão entre os questionamentos que a democracia vem sofrendo, no Brasil e no mundo, e o desalento no mundo ocidental. “Essas últimas três ou quatro décadas de neoliberalismo esgarçaram o tecido social e a classe média perdeu enormemente”, disse Josué, lembrando que o desenvolvimento (e a indústria) migrou para os países asiáticos.

“Só teremos um país democrático, inclusivo, crescendo e com menos desigualdades se recuperarmos a indústria de transformação”, pontuou Josué. Segundo ele, com a pandemia e a guerra da Rússia contra a Ucrânia, Estados Unidos e Europa agora disputam para ver quem vai se reindustrializar mais rápido e como. “O Brasil não pode ficar parado e para trás”, afirmou.

Para a indústria brasileira retomar o protagonismo de outrora, diz Josué, três fatores fundamentais precisam estar no ponto: o sistema tributário, que necessita de uma reforma simplificadora, com a adoção de um Imposto de Valor Agregado (IVA); o câmbio, que está ajustado; e a taxa juros, que está alta demais. Atualmente, está em 8% acima da inflação, mas a taxa é excessivamente elevada há décadas, o que tem inibido o crescimento do país e definhado a indústria de transformação. Para o presidente da Fiesp, esse nível de juros precisa ser “colocado no espelho retrovisor da nossa história”.

Segundo Josué, com o equacionamento dessas questões macroeconômicas, é preciso praticar políticas industriais ativas, como muitos países estão fazendo, para estimular o setor. Ele defende uma indústria digitalizada, baseada em tecnologia inovadora, descarbonizada e integrada às cadeias globais de valor.

Em sua exposição, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu o papel do banco como indutor do desenvolvimento destacando que a instituição apoiará fortemente a indústria. Ele anunciou que o banco de fomento vai liberar R$ 20 bilhões em crédito para investimentos em inovação no país, com uma taxa de juros de 1,7% ao ano, com dois anos de carência.

Foram anunciadas a abertura de novas linhas de crédito para o segmento. Entre elas, uma de R$ 2 bilhões voltados à exportação, com redução de 61% do spread do banco, e outra de R$ 2 bilhões, que pode chegar a R$ 4 bilhões, para a indústria exportadora ter as mesmas condições de financiamento da agricultura: 7,5% ao ano, com taxa fixa em dólar e dois anos de carência.

O presidente do BNDES afirmou ainda que será disponibilizado para as micro e pequenas empresas, via Sebrae, crédito de R$ 5 bilhões a 6 bilhões com fundo garantidor. “O Brasil precisa baixar o custo do capital” afirmou Mercadante. “O caminho é o BNDES e nós só teremos força se estivermos juntos”, disse.

Já o presidente do Ciesp, Rafael Cervone, destacou em sua fala os entraves estruturais e macroeconômicos que afetam a indústria brasileira, impactam a competitividade e restringem a capacidade de investimento. “O Brasil teimosamente tem perdido oportunidades que precisam ser aproveitadas pelas cadeias produtivas brasileiras”, afirmou.

Para ele, é essencial implementar políticas que favoreçam a competitividade do ambiente de negócios a fim de fazer frente às políticas que vêm sendo adotadas pela União Europeia, Estados Unidos e Ásia. Ele defendeu que a reindustrialização do país seja baseada em tecnologias avançadas em seus processos industriais, transição para a economia verde, alinhada às tendências globais, capacitação, P&D e inovação, além de previsibilidade e segurança jurídica.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, participaram do encerramento do evento do Dia da Indústria

Em defesa da indústria, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar a Selic e disse ser “uma excrescência nos dias de hoje termos uma taxa de 13,75%” – a inflação está em pouco mais de 4%. E acrescentou que tomar empréstimos a essa taxa é inviável para qualquer empresa, de qualquer segmento econômico.

 

Lula ressaltou a importância do crescimento da indústria para fortalecer a classe média, gerar empregos que paguem salários melhores e estimular o consumo da classe trabalhadora. “Para ter um país forte, uma indústria forte, é preciso ter trabalhadores fortes, ganhando salários justos e sendo consumidores das coisas que eles produzem”, disse Lula.

O agronegócio também teve lugar na fala do presidente. Ele afirmou que o crescimento do setor não é incompatível com o crescimento da indústria de transformação, podendo, inclusive, ser um importante comprador. “Queremos que a exportação (do agro) continue crescendo, o que não atrapalha a nossa indústria. Para que o agronegócio seja mais competitivo, vai precisar comprar mais máquinas da indústria e ter mais acesso à ciência e tecnologia”, disse o presidente.

A exemplo do que fez na abertura do evento, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, conclamou a imprensa a abraçar a causa da indústria e propagar para a sociedade a importância do setor para o futuro do país.

“A indústria perdeu seu dinamismo, tão necessário para recuperar a economia. Infelizmente, nas últimas quatro décadas a indústria encolheu e definhou”, disse. Josué citou as estimativas de PIB per capita para o Brasil caso o país tivesse crescido na média mundial: “Teríamos hoje o equivalente ao PIB per capita de Portugal, de US$ 23 mil.

Grande parte do trabalho de recuperação da indústria, na visão do presidente da Fiesp, passa pela aprovação definitiva do novo regime fiscal, mas também pela queda dos juros. “O câmbio está ajustado e a Reforma Tributária vai corrigir o problema fiscal brasileiro, mas os juros deverão cair. E isso precisa ocorrer rapidamente, para não envergonhar os membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central)”, pontuou.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou a importância do diálogo e do entendimento e que a recente aprovação do novo regime fiscal confirma esse viés de construção coletiva, que deverá acontecer também com a Reforma Tributária. “Ela vai proporcionar um salto de eficiência, com a redução do Custo Brasil, a simplificação dos impostos e oferecer benefícios à exportação”.

O diálogo estabelecido entre os poderes foi destacado pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, que afirmou ser a aprovação da Reforma Tributária “um dever cívico e compromisso do Congresso Nacional”. Mas, segundo ele, não basta a harmonia entre os três poderes, é fundamental ouvir aqueles que produzem no Brasil. Por isso, ele reuniu na residência oficial do Senado representantes de diversos setores econômicos, entre eles o presidente da Fiesp, e do Executivo e Legislativo esta semana: “Há um entendimento de que temos de nos dar as mãos para fazermos os enfrentamentos devidos para nos tornarmos uma grande nação.”

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a estabilidade dos indicadores macroeconômicos, que já respondem favoravelmente, e vê com otimismo o encaminhamento da Reforma Tributária. “O Congresso está maduro e a sociedade ansiosa para ter diante de si algo que dê segurança jurídica para os investidores e para a base fiscal do Estado”. Por fim, Haddad reiterou a importância do setor industrial para o país. “Nós queremos apoiar a indústria, sabemos do papel da indústria para o desenvolvimento nacional”, afirmou.

Por: Solange Sólon Borges, Sarah Toledo e Alex de Souza(Agência Indusnet Fiesp Agência Indusnet Fiesp) I  Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp I edição: Dayse Oliveira


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