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Norma Brasileira de Light Steel Frame está com consulta nacional aberta e deve desburocratizar financiamentos para residências em LSF ABCEM, 03/03/2022

As normas técnicas asseguram normatização, certificação e conformidade na fabricação de produtos, bem como desempenho. Neste caso a publicação da ABNT NBR 16970-1, 2 e 3 Light Steel Framing - Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço conformados a frio, com fechamentos em chapas delgadas, que está para consulta nacional no link: https://www.abntonline.com.br/consultanacional/ até o próximo dia 2 de março, não só abrange esses requisitos, como também irá facilitar a adoção do sistema LSF, além de desburocratizar os financiamentos bancários.

Dividida em três partes: PARTE 1 – Projeto ABNT NBR 16970-1 – Desempenho, PARTE 2 – Projeto ABNT NBR 16970-2 – Projeto Estrutural e PARTE 3 – Projeto ABNT NBR 16970-3 – Interface Entre Sistemas, a elaboração da norma contou com o empenho de diversos atores da cadeia produtiva (produtor, consumidor e  neutro, que são membros de diversas empresas, universidades e profissionais de Engenharia e Arquitetura, bem como acadêmico (a pessoa que tem resultados experimentais que validam a prática profissional). O Comitê teve como como secretário o professor Zacarias Martin Chamberlain Pravia, colaborador em outras normas, e também autor de diversas publicações.

De acordo com o secretário Zacarias, o início dos estudos foi em 7 de dezembro de 2016, ou seja, quase seis anos trabalhando nessa norma até chegar à consulta nacional agora em 2022. Na sua elaboração são usadas referências a diversas pesquisas e aplicações de mercado, com muitas discussões, e não são votadas, sempre tem que ser por consenso. Ele explica que no começo era para ser uma única norma, mas ao longo das discussões se fez necessário dividir ela em partes, o que ajuda muito na sua aplicação. 

Ao consultar as três partes da NBR 16970 percebe-se um trabalho tão especificado e cuidadoso que chega parecer um manual. Todavia, segundo o secretário do Comitê, as normas são procedimentos que definem requisitos de desempenho de materiais, processos e dimensionamento. Já os manuais fazem recomendações e apresentam passo a passo diversas aplicações sem exigir desempenho e citam as normas.

Para Zacarias Chamberlain essa norma traz muitos ganhos tanto para o setor de LSF quanto ao consumidor final. “São muitos principalmente em relação ao financiamento por parte das instituições de financiamento governamentais ou privadas. Porém tem muitas outras vantagens”, finaliza. 

Já segundo o vice-presidente de Light Steel Frame da ABCEM e diretor da Santo André Distribuidora Industrial, Fábio Luis De Gerone, essa norma será um divisor de águas para o mercado da construção em LSF. Pois, hoje é praticamente impossível um trabalhador, que corresponde a 80% da população brasileira, ter uma residência em LSF financiada. Então, ele acaba comprando um terreno e construindo de forma caótica, tijolo por tijolo por cerca de 10 anos, e na maioria das vezes, casas com padrão de qualidade duvidoso. 

“Com a norma, as entidades de financiamentos, que têm requisitos e critérios agora vendo as boas práticas vão oferecer financiamentos com maior facilidade. Tendo em vista que as instituições bancárias não financiam um bem que vai apresentar problemas ou cair mesmo antes do financiamento terminar, pelo contrário, o bem tem que durar muito mais do que os anos de financiamento. E, um sistema que atenda às normas é mais seguro tanto para o morador, como para a instituição credora”, explica De Gerone.

“Até hoje, apenas duas instituições credenciaram, através de DATECs, fabricantes para as construções em LSF: o Instituto de Pesquisa e Tecnologia (IPT) e a Unisinos, um processo muito moroso e caro. Então, com a normatização do sistema, isso deixa de ser necessário e todos ganham: financeiras, que financiam agora com segurança; o trabalhador, que terá uma casa mais segura e o mercado do setor que aumenta seus volumes de vendas, o que por sinal já está acontecendo. Tivemos, em 2020, um crescimento no LSF de 73% em receita e mais de 50% em volume (kg)”. 

“Agora com a norma, finalmente, vamos mostrar as boas práticas, só empresas que atendam às normas devem construir. Daremos um salto em volume e qualidade”, conclui o vice-presidente de LSF da ABCEM.

Já para Fábio Din, acionista da PlacLux e o diretor de Desenvolvimento de Mercado da ABCEM, a primeira norma brasileira de Light Steel Frame, que é dividida em três partes trará importantes benefícios para toda a cadeia produtiva do setor e também para os investidores e consumidores. “A norma contribuirá para a aceleração e consolidação do LSF no país, pois trará diretrizes para o controle de qualidade e desempenho do sistema construtivo. Para a indústria e os distribuidores, a norma definirá parâmetros para o controle de qualidade dos componentes e contribuirá com a isonomia do mercado. Já para os projetistas e construtores ela fornecerá parâmetros que os permitirão planejar e construir com segurança, desempenho e conforto independe do uso da edificação. E, para os incorporadores e consumidores, ela facilitará a obtenção de financiamentos, além de referências para a seleção e contratação com segurança de materiais e empresas que atendam às normas”, explica.

“O sistema LSF vem nas últimas três décadas avançando no Brasil por ser um sistema que congrega inovação, industrialização, produtividade, desempenho, segurança, sustentabilidade, economia de energia, água e conforto. A norma, por tanto, apenas consolidará esta tecnologia que já está presente em todos os estados brasileiros, afirma Fabio Din.

Zacarias Martin Chamberlain Pravia, secretário do Comitê de Estudos

Engenheiro Civil pela UNAN Nicarágua (1981), mestre em Engenharia Civil na área de estruturas pela COPPE/UFRJ (1990) e doutor em Engenharia Civil na área de estruturas pela COPPE/UFRJ (2003). Participou ou participa de diversos Comitês de Estudos de normas associadas à estrutura e matérias da indústria do aço da ABNT (NBR 8800, 14762, 6535, 5884, 6123, entre outras) e foi secretário do Comitê de Estudos da Proposta ABNT para pontes de aço e aço misto e atualmente secretário do comitê da norma LSF.

É autor do Manual de Usos Gerais de Galpões da CBCA (2010), do Projeto Livro de Estruturas Metálicas da Editora Elsevier (2013), e mais dois livros sobre pesquisa em estruturas metálicas. Tem várias dezenas de artigos em congressos nacionais e internacionais e em revistas com fatores de alto impacto. Desenvolveu diversos programas sobre estruturas registradas: Visualventos, VISUALMETAL, JWOOD, e o lançado em 2018 no ambiente Android PS-NBR8800, e em 2019 o PFF 14762, para membros formados a frio seção típica.

É membro da American Society Civil Engineering- 500788 membro da ASCE, membro nº 1105382 do American Institute of Steel Construction – AISC, e outras associações nacionais e internacionais. Ministrou cursos de especialização em todo o Brasil. Desenvolveu-se como consultoria de engenharia para diversas empresas como Stabile, Metasa, Medabil, NovaJVA, Petrobras,  Intecnial, Globsteel, Zipco, Kepler Weber, entre outras.

Revisor do Journal of Constructional Steel Research, Engineering Structures, RIEM e outras revistas científicas. Editor da revista científica Revista Sulamericana de Engenharia Estrutural. E, atualmente é professor e foi coordenador do curso de Pós-Graduação com mestrado e doutorado em Engenharia Civil e Ambiental (www.ppgeng.upf.br),de 2017 a 2020, com diversas diretrizes de mestrado e doutorado concluídas. É professor da Universidade de Passo Fundo desde 1992.

Por: Dayse Oliveira


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